Saindo do Casulo.

Era o que eu sempre esperei que estava acontecendo, como eu poderia ser covarde e recuar? Por que eu faria isso?
Ligeiramente me fiz essas perguntas e em seguida entrei com ele, que me tomou pela cintura e começou a beijar meu pescoço como se percorresse um caminho com seus lábios, o caminho do céu, do prazer que eu sentia ao me arrepiar.
- Quer uma água, um suco? - Ele sessou os beijos e foi educado.
- Não. - E retornei a beija-lo, como se dissesse, " agora só quero você. "
Ele entendeu, fomos cegos pro quarto, um pelo outro. Ali fiquei tensa, mesmo morrendo de vontade.
Será que ele não percebeu que eu era virgem? Será que isso vai quebrar o clima ? Que ele vai me achar criança demais? Deu nó, parei tudo e fui sincera:
- Pera, eu sou virgem.
- sério?
- Sério, por quê?
- Nada, se você quiser a gente para, ou fica só nisso.
- E se eu quiser ir além?
- A gente vai.- Quando ele falou isso meu coração acelerou, olhei dentro dos olhos dele, consentindo tudo, tirei a blusa e fiquei de sutiã.
Aos poucos fui relaxando, com as carícias, os beijos, o contato. Me vi perdida, entregue apenas a aquele momento, como se não existisse mais nada, nem o antes, nem o depois.
Tiramos toda a roupa, cravei minhas unhas nos braços dele como se descontasse a dor que eu estava sentindo. Mas que estranho, eu não queria que acabasse...
Ele sussurrava coisas em meu ouvido que me transformavam , eu esquecia dor, virgindade, viagem e tudo mais.
A dor foi sendo esquecida, ficando apenas uma sensação nova, acho que chamam isso de prazer.
Ficamos agarrados,um dentro do outro por algum tempo. Até que uma sensação de satisfação completa nos tomou e paramos para descansar.
Foi bem diferente do que eu imaginava, não vi estrelas, nem corações... Houve dor, suor, tensão e risos. Foi diferente, estranho, mas foi maravilhoso.
- Não sei o que dizer. - Eu estava deitada sobre o peito dele, de olhos fechados.
- Nem eu. - Ele parecia sincero.
- Posso tomar um banho? - Eu precisava sair dali e pensar sobre tudo.
- Sim, vai indo que já levo toalha.
Levantei, me cobrindo toda com o lençol e fui me arrastando para o banheiro, como se ele ainda não tivesse visto tudo.
Tomei um banho gelado, mas meus pensamentos pareciam não estar funcionando direito, não chegando a nenhuma conclusão. Só de que eu precisava pensar mais!
Quando saí do banho ele ainda estava deitado, de braços cruzados. Fixou seu olhar em mim dizendo:
- Foi muito bom pra mim.
- Foi pra mim também. - Mas e agora? Como seria daqui pra frente? Era só nisso que eu pensava.
- Não se preocupa que não falarei nada pro Marcos. - Isso me irritou muito.
- Eu não traí Marcos, não tenho nada a esconder porque não sou namorada dele. Já lhe expliquei isso várias vezes, mas acho que não adianta. - Depois de tudo o que tivemos, ele estava preocupado apenas em esconder o fato. Ou seja, pra ele eu continuava a ter algo com Marcos... Sem levar em consideração a possibilidade de termos algo eu e ele. Pra quê decepção maior?
Peguei minha bolsa, meu livro e saí sem dizer mais nada.
O que eu não esperava era que ao chegar no portão, daria de cara com o Marcos.
E agora?



Empodera, amor. Empodera...
Se torne dona de sí.
Não deixe que lhe digam o que vestir.
Empodera, pois não só tua alma é livre,
É a sua essência que te define e não um padrão dominador.
Se liberte, se defina, deixe claro o seu caminho que só você vai escolher trilhar,
Tome as rédias do destino, brilhe só ao empoderar.


Amanda Sampaio.