Quando acabou a aula, além de faminta eu estava ansiosa, sou curiosa e tenho certeza que pintou um clima com Duda e o novato.
 - E aí Duda conta! - Ela sorriu como se eu fosse uma retardada da quinta série.
- O que você acha que poderia ter rolado? Um beijo de cinema após 5 minutos de diálogo? - Olhei para ela com feição de decepção, não por conta do beijo, mas porque também não era isso, eu apenas queria saber se ele demonstrou algum interesse inicial por ela.
- E aí chatas, já fiz o slide do seminário de geografia, mandei ontem para o email das duas, não precisa mais encher meu saco.- Disse  Roni quando se aproximou.
- Finalmente né, o seminário é depois de amanhã. A Sophia está aqui me importunando só porque me deixou sozinha alguns minutinhos com um novato que chegou hoje na escola.
- Duda, eu vi a tua cara de "Nossa como ele é Gato." quando ele abriu um sorriso.- Quando eu terminei a frase o Roni deu uma gargalhada que não nos permitiu outra coisa a não ser rir com ele.
- Agora me digam como vocês encontraram e falaram  com o cara do nada. - Disse o Roni.
A Duda contou como tudo aconteceu, e Roni completou:
- Sim minha filha, e quando vocês ficaram sozinhos, falaram o quê? Pare de suspense idiota, senão eu não 
conto quem encontrei hoje.
- Todo bruto esse menino. - Duda reclamou e continuou:
- Ele me perguntou se a escola era legal, eu falei que mais ou menos, "é relativo", aí ele olhou para mim, deu um sorriso e disse que já estava começando a gostar ,eu fiquei super sem graça...Somente isso, satisfeitos?
- Nossa, então ele já ficou interessado em você, e pelo visto você nele. - Estava na cara.
- É, ele é interessante, mas agora conta de você Roni. - A Duda nunca gostou de falar de coisas sentimentais, principalmente quando ela é o sujeito da história .
- Eu liguei para a garota da loja que compramos o vestido da Duda. A gente marcou um cinema no próximo fim de semana.
- Espero que você termine a sua parte do trabalho de Ed.física antes disto, lembre que o nosso tema é obesidade na infância. - Eu tinha que lembrá-lo, só faltava uma semana para a apresentação. 
- Deixa de ser chata, eu me garanto. - Ele odiava ser cobrado, mas se não fosse assim esquecia de tudo.
- Acho que essa garota é louca. - Duda falou provocando.
- Louca não, ela quer aproveitar o melhor da vida, ou seja, o Roninho aqui. - Convencido? Será? Eu larguei um sorriso bem irônico.
- Ah, tá certo Roninho. - Disse Duda ironizando, assim como eu com o meu sorriso.
  Estávamos na porta da escola quando  avistei o Marcos, fiquei um pouco surpresa ao perceber que ele 
estava a me esperar, afinal o único contato que tivemos além de cumprimentos foi no aniversário do Enzo, não havia tanta intimidade.
 Quando ele me avistou deu um sorriso, Duda e Roni logo também perceberam que ele estava me esperando, mas deixaram os comentários para uma próxima ocasião,  eu que me preparasse.
- Oi. - Falei retribuindo o seu sorriso lindo. Será que eu tô ficando louca ou acabei de achar lindo o sorriso do Marcos? Que loucura, de repente muitos pensamentos me tomaram.
- Eu faço curso meio perto daqui, aí decidi te ver e já que vou para casa do Enzo pensei em voltar contigo.
- Claro, vamos juntos! - Agora para mim ficou provado que ele não tinha problema em demonstrar que estava afim de mim.
    Apresentei  Roni e  Duda a ele e fomos conversando até o ponto em coisas bobas como bandas 
preferidas, comida, piadinhas sem graça... De repente estávamos entrosados e rindo. Quando chegamos no 
ponto, nosso ônibus logo chegou.
Sentamos um ao lado do outro, eu abri a janela para que o vento entrasse e fiquei meio sem graça, sei lá, agora sozinhos, eu particularmente não tinha assunto...
-  Eu quero lhe fazer um convite... - Ele disse meio sem jeito.
- Convite? Pra mim? - Cada vez mais  me surpreendia.
- É, tem uma peça maravilhosa  estreando na cidade e eu pensei em irmos... Na verdade eu quero lhe conhecer melhor. - Esse choque de sinceridade foi demais para mim.
- A ideia do teatro é ótima, mas fico temerosa quanto a esse conhecer melhor... É que para mim somos recentes colegas entende? - Fui sincera.
- Entendo, eu na verdade sempre te achei bonita, mas não me aproximava para saber se por dentro era assim também e no aniversário do Enzo tomei essa coragem, não irei dá para trás sabe, eu não quero nada além da sua amizade.
- Quando eu já estava respirando fundo de alívio ele acrescentou:
- Por enquanto. - E novamente eu já não sabia o que fazer... Ele estava deixando claro seu interesse por mim, algo que não era correspondido, mas ao mesmo tempo dá um fora e me negar a conhecê-lo não seria correto, como eu disse a algum tempo, cansei de esperar o Enzo, é muito desgastante você viver esperando alguém que mal te olha, e quando parece que olha, deixa subjetivo, confuso...
 O Marcos era o contrário, claro, objetivo, eu sentia firmeza.
- Então convite aceito, só é me dizer o dia e o horário. - Não deixei transparecer a confusão que estava a minha mente naquele momento, apenas aceitei o convite.
Enfim chegou  o nosso ponto, descemos e caminhamos até a minha rua, o Enzo estava na porta de casa falando ao celular, quando nos aproximamos ele desligou.
- Boa tarde. - Eu cumprimentei.
- Boa tarde Sophia, minha tia está aqui Marcos. - Enzo respondeu.
- É eu sei, ela me avisou, parece que daqui ela e minha tia vão sair, vim ficar aqui para não ficar sozinho em casa. - Respondeu o Marcos.
- Gente, vou seguir aqui viu, tô morrendo de fome, irei almoçar e fazer as tarefas. - Realmente eram muitas tarefas.
- Está certo, a peça é sábado 19 horas, podemos ir juntos?
- Claro,por mim está marcado. - Confirmei.
A cara do Enzo foi de surpreso, mas surpresa mesmo foram suas palavras seguintes:
- Nossa, tem um tempão que não vou ao teatro, vocês irão tipo... Um casal? - Eu fiquei vermelha e o Marcos para a minha surpresa parecia tranquilo, 
- Como assim? - Perguntamos. Nos fizemos de confusos, mas eu realmente não esperava essa pergunta, insinuação, ou o que for.
- Ah gente, vocês entenderam, estou perguntando se esta saída é como um encontro romântico.
- Na verdade não, é somente para prestigiarmos a peça, me disseram que era boa, então chamei a Sophia.
- É, que ideia Enzo... Amigos só saem juntos se for num encontro romântico?
- Não né? Então irei com vocês e a gente resenha! - Eu nem acredito que ele fez isso.
- Claro, irei chamar o Roni e a Duda, vou para casa agora, estou morta de fome! - Fingi que  achei tudo isso normal, mas vi que o Marcos ficou um pouco desapontado.
- Levo você até a sua porta. - Disse o Marcos.
- Tchau. - Foi assim que o Enzo se despediu.
Quando chegamos em minha porta ele perguntou:
- Você entendeu alguma coisa?
- Não e você? - Eu respondi.
- Não e sinceramente não gostei, mas falei a verdade sobre o encontro não é?
- Eu percebi que você não gostou muito..Mas gostei que foi sincero, depois que irmos com a galera marcamos novamente, mas em segredo dessa vez. - Será que fui muito ousada? Estranho... Saiu naturalmente, sem tremedeira, acho que saber que ele gosta de mim me deixa menos insegura.
- Me deixou feliz agora, acho que saí no lucro. - Ele disse isso com um sorriso enorme no rosto, que acabou contagiando, quando percebi eu também estava sorrindo.
- Vou entrar agora, tchau. - Com um abraço nos despedimos e eu entrei.
Foi estranho me ver passar por esta situação e não ter tremido na base, vi o Enzo e não fiquei parecendo uma bobona, tudo isto sem ensaiar...
Não deixei de gostar dele ainda, mas já consigo ver outras possibilidades, aliás outra possibilidade que se chama Marcos, este cada vez mais me surpreende. Agora só me resta aguardar o dia de sairmos, só assim poderei ver no que vai dar esse espetáculo.








São Tantas coisas, tantas informações, tantas cobranças... 
Ser o filho perfeito, o amigo legal, popular, a menina mais bonita, o cara mais desejado, a namorada perfeita... 
Será que precisamos de tudo isso para sermos felizes?
Será que esse alguém que tanto queremos chamar atenção precisa ser tão exigente?
Será que conseguiremos ser inteligentes, desejáveis, e ainda termos o perfil mais comentado e curtido do facebook? 
Bem, para sermos bem inteligentes o segredo é estudar, 
Para termos um corpo sarado, malhar, 
E para um perfil comentado, devemos acessar bastante, tirar fotos bonitas, com gente bonita...
É praticamente impossível nos dedicar aos estudos, a malhação e a badalação na internet, tem gente que se arrisca a tentar, mas nunca é tudo isso. 
Ás vezes vemos uma foto e até pensamos que tem gente que consegue. 
Pois digo, não conseguem, tudo isso ninguém é!(Apesar de alguns se acharem)
Então dedique-se ao que você gosta e se sente feliz,
Queira agradar a si mesmo e as pessoas que realmente importam para você, 
O restante, aqueles que só conhecem você pelo que você posta, por fotos ou pelo bom dia que você dá, 
A esses não faça questão de ser nada nem ninguém, 
Se importe em ser o melhor para quem se importa com você e lhe aceita do jeitinho que é.



Já escrevi pensando em você,

Já pensei em você pra escrever,

Mas é que o tempo passou,

E você não mudou,

Não agiu, 

nem iludiu! 

As páginas continuaram em branco,

E eu decidi não sujá-las,

Nem pintá-las,

Deixemos então,

em branco essa história,

Afinal nem sempre uma cor cai bem.

Carla Souza.








Uma boa surpresa


No dia seguinte acordei por volta das quinze horas, fui me cuidar, tomar banho, escovar os dentes, trocar a roupa, enfim, cumprir protocolos matinais. Depois de cumprir tais tarefas, vi que minha mãe tinha deixado um bilhete " Sophia, fui passear com umas amigas que acabaram de retornar a cidade, o almoço está pronto, te amo." 
Então almocei, aproveitei o fato de estar sozinha em casa para colocar música alta, e fui pro facebook, o Roni e a Duda já estavam lá, inclusive conversando no nosso grupo sobre a festa.
Eu entrei, dei um oi e logo contei tudo o que aconteceu, os olhares do Enzo, o Karaokê com o Marcos, o fato do Enzo ter dito que vai cuidar de mim, falar tudo isso foi horrível e meio ridículo, mas eu tinha que descarregar aquelas emoções em alguém. A Duda contou que realmente dançou bastante e que alguns desconhecidos chegaram nela, mas que foram dispensados, enfim, a festa para ela foi avaliada como legal e nao não teve ninguém que chamou a sua atenção, digamos que a Duda era bem exigente. Diferente do Roni, que ficou mesmo com a filha da madrinha do Enzo, ele contando foi muito engraçado, a menina deixou o brilho cair, então ele pegou, ela abriu um sorriso para ele, que retribuiu com um olhar 43 e tudo mais que poderia retribuir, resultado, acabaram aos beijos na pista de dança.
Depois de saber das novidades fui assistir tv, merendar, minha mãe chegou, fomos assistir um filme juntas e depois fui dormir, afinal haveria aula no dia seguinte.
De manhã o despertador tocou e eu fui colocando na soneca até me atrasar e ter que levantar pulando da cama para tentar chegar na escola a tempo. Cheguei cinco minutos atrasada, entrei rápido na sala torcendo para o professor de história não reparar, ele sempre soltava uma piadinha para quem chegasse atrasado e dessa vez não foi diferente, já que ele notou a minha rápida entrada. As aulas foram legais exceto a de história, não necessariamente por conta da aula ou do assunto, mas porque eu fiquei constrangida depois do comentário do meu professor "Eita gente que dorme", eu sempre levei as coisas muito a sério, mesmo sendo somente um comentário...
 No intervalo como de costume eu e a Duda fomos no banheiro, olhar o cabelo, falar besteiras (tudo de muito feminino que o Roni não poderia ouvir), mas dessa vez ao invés de falarmos, escutamos algumas garotas comentarem de um cara novo que chegou na escola. Olhamos uma para a outra através do espelho e saímos morrendo de curiosidade, percorremos toda a escola e não encontramos ninguém, estávamos voltando para a sala frustradas até que a Duda deixou o livro de geografia cair,o que esquecemos de devolver na biblioteca por conta da história do novato, mas para a nossa surpresa quem estava vindo do mesmo corredor que a gente e pega o livro da Duda?
O próprio garoto, eu nem acreditei.
Bem branco, olhos castanhos, cabelo castanho e um óculos quadrado bem charmosinho, ele era bem bonitinho mesmo, comparado ao que nós tínhamos estava acima da média.
Ele pegou o livro e devolveu a Duda junto a um sorriso encantador, eu vi as pernas dela tremerem.
- Obrigada, tenho o dom de derrubar e tropeçar em tudo.
Ele continuou com um sorriso aberto.
- Normal, eu sou do terceiro ano B, acabei de chegar mas não estou encontrando a minha turma, podem me ajudar?
- Claro, nossa aula deve ter acabado de começar, alguns minutinhos não nos fará tão mal.- Respondi, antes que a tola da Duda recusasse a ficar algum tempo do lado dele, além do mais as outras garotas iriam pirar, ao nos ver com o gatinho.
Com a minha confirmação Duda não teve muita reação, seguimos em frente até a sala dele que era ao lado da nossa.
- Essa é a sua turma. - Disse Duda.
- Valeu meninas, vocês são que ano?
- Terceiro A, essa sala ao lado. Nossa esqueci meu livro em cima da mesa da biblioteca, Duda me espera rapidinho para entrar na sala, vou correndo buscar. - Dei um jeito de sair de cena e deixar os dois lá, mas iria ser por pouco tempo, filar aula não é a nossa cara, fiquei uns 5 minutos na biblioteca e voltei.
- Vamos? - Disse Duda quando me avistou.
- Vamos, no fim das contas nem foi lá que esqueci o livro, mais tarde irei procurar melhor.- Disfarcei.
-  Boa aula e que achem o livro. - Ele foi gentil.
Entramos na sala sem problemas pelo atraso, até porque a professora de química sabia que não era de costume acontecer isso.  O Roni chegou na escola muito mais atrasado que nós na aula de química  e eu estava morrendo de curiosidade para saber como foram os cinco minutos de Duda com o gatinho, mas me segurei e prestei atenção na aula, a final quando acabasse eu iria querer detalhe por detalhe, sem contar que o Roni vai saber também e com toda a certeza fará a maior pressão.


Às vezes, 
a fita do Sr. do Bonfim...
ao invés de quebrar com a ação do tempo 
ou dos pedidos realizados, 
se parte com a dureza que a vida 
por vezes impõe ao coração.

Quantas vezes nós partidos 
não desatam apertos no peito?

Por isso aprendi a tricotar!
Para enlaçar os encantos 
e brincar com os sentidos.

Me falta aprender a tocar
Para que a dureza esteja no chão...
sob nossos pés saltitantes,
em ritmo de reviravoltas e paixão.

Taíse Chates.

Queridinhos, recentemente me perguntaram sobre os textos que são postados aqui, TODOS os textos que não apresentam o nome do autor(a) no final são meus, quando não são obviamente dou os créditos devidos ao autor. Então quem quiser copiar está aí, só lembrem de dar os devidos créditos. Bjos ^^



Eu já fiz de tudo pra te convencer
Mandei rosas vermelhas
Lindas pra você
Falei de amor, fiz uma canção,
A Lua se foi, nem vi o Sol chegar
Acreditei que o tempo não ia passar
Foi ilusão

Enquanto houver razões eu não vou desistir
Se for pra eu chorar
Quero chorar por ti
Porque não te esqueço

Vou te esperar
Passe o tempo que for
Deixo bem guardado esse nosso amor
Sei que eu te mereço

Eu vou deixar você voar
Bater as suas asas pra longe de mim
Mas só pra ver você voltar
E toda arrependida me dizer
Amor te quero sim.

Jorge e Matheus

Pekena <3



Quem acha a vida fácil, não teve muitas experiências,
pois não importa a faixa etária, condição social,
intelectual ou nível de beleza, todos tem problemas.

Alguns conseguem levá-los de maneira descontraída,
não deixando de se preocupar, mas sendo positivos,
outros levam tudo para o pessimismo, tudo acabou,
minha vida acabou... Mas mesmo esses que tentam viver
de uma boa maneira certas horas também pensam que
tudo acabou, há momentos que dá um vazio, um aperto
no peito... Há pessoas que nunca irão ser
substituídas ou esquecidas, mas que sabemos que não
dá certo ao nosso lado. Agora vem a saudade, aquele
aperto, até o tempo amenizar, vem aquela angústia e
uma vontade de chorar, tudo novamente...

Mas é assim, momentos bons e ruins, fazem parte...
Sim, iremos sofrer, mas iremos aprender a nos
renovar, renovar as nossas forças e confiar em Deus
em primeiro lugar, Ele sabe de todas as coisas e Ele
ama todas as suas criaturas, antes de qualquer
decisão consulte o Mestre, Ele te ama, te dar o poder
da escolha, escolha esta que traz consequências.

Capítulo 6 - A festa.


  Enfim chegou o fim de semana e eu não sabia se isso era motivo de alegria ou desespero, se bem que mesmo estando um pouco insegura, a sensação de que chegou a hora era boa, prefiro que seja logo, sou muito ansiosa, mesmo que nada saia como planejei, me sentirei melhor depois.
 Refleti um pouco, coloquei as minhas músicas preferidas no PC e fui me arrumar, combinei de rachar um táxi com Duda e Roni, e também combinamos de ninguém se atrasar. Tomei um banho gostoso, passei meu hidratante corporal mais cheiroso, me vesti, penteei o cabelo, coloquei uma passadeira nele com uma borboleta prateada linda, escovei os dentes, usei enxaguante bucal, me maquiei, passei desodorante, perfume e calcei o sapato, acabei!
  Agora estou pronta, fui na sala e a minha mãe quase pirou.
-Nossa como está linda filha, espera, vou pegar a câmera, tirar uma foto e mandar para o teu pai. – Ainda bem que mais ninguém estava ouvindo isso.
Meu pai estava viajando, alguma coisa a trabalho, mas mantinha o contato todos os dias.
- Ah mãe, para né, vai me atrasar. – Mesmo falando isso eu sabia que ela iria tirar a foto de qualquer forma.
Quando o táxi chegou a Duda e Roni já estavam lá dentro, me despedi da minha mãe e entrei, estávamos nervosos, festas, pessoas, isso tudo não fazia parte da nossa rotina. Percebendo isso, a Duda mexeu um minutinho no celular e colocou uma música para tocar, e adivinha qual foi? Então, foi gangnam style, nossa! Por essa eu não esperava, nem o Roni esperava, pouco tempo depois a gente estava dançando a toda a coreografia de Psy, nem percebemos que estava chagando, e depois tomamos um susto com as palavras do taxista:
- O endereço do convite é este, chegaram.
  Gelamos e seguimos até a festa.
  Parecia estar tudo rodando quando cheguei, luzes e pessoas, algumas conhecidas, outras não, o Roni estava surpreendente, ficou até bonitinho, de camisa polo verde combinando com seus olhos, calça jeans e tênis, seu cabelo era crespo, pele morena clara, o Roni parecia uma mistura de negro com imigrante europeu, e as meninas raramente resistiam a suas investidas, mesmo ele sendo infantil e bobo, só quem realmente o conhecia éramos nós, eu e Duda, e os pais dele, eu acho.
A Duda estava linda, com uma camiseta regata dourada e uma saia preta cintura alta, além da sapatilha também dourada combinando com a camiseta é claro.
E eu com o vestido vermelho, um salto alto preto e a minha tiara prata de borboleta.
Chagamos com toda a classe, o Roni no meio e eu e a Duda de cada lado dele. Assim que adentramos na sala de festas todos ao nosso alcance nos olharam, não sei se era porque eu estava diferente ou se achavam estranho o Roni sendo acompanhado por duas garotas relativamente bonitinhas. Fiquei extremamente envergonhada, mas pela primeira vez fiz questão que ninguém percebesse isso.
Enquanto eu estava distraída tentando disfarçar os olhares de todos, o Enzo se aproximava, ele estava lindo, com um casaco branco, se destacando na sua pele negra, combinando com seus olhos e com seu cabelo negro arrepiado, junto ao casaco uma calça jeans preta e um tênis branco. Ele se aproximava com um sorriso lindo, o mais lindo que já vi em toda a minha vida.
- Nossa, o trio chegou arrebentando!
- Como sempre. – o Roni não deixava passar um momento de mostrar o quanto ele era convencido.
- Só não entendi o motivo de tantos olhares vindos a nossa direção. – Mesmo sem querer parecer insegura tive que comentar.
  -  As pessoas são curiosas, olham para tudo fora do comum, você está diferente Sophia, e se brincar você e Duda são as mais bonitas da festa.
Então se aproximou uma prima que o Enzo se envolvia nas horas vagas, com um vestido curto, colado, lilás e um salto plataforma prateado, loira de olhos azuis. O que foi o bastante para a Duda dizer:
- Mais bonitas? Só que não.
Eu que não queria bancar a boba, sair dali antes mesmo que a garota chegasse até nós, fui em direção ao Marcos, o primo do Enzo que era meio afim de mim.
- Oi Sophia!
- Oi Marcos – Dá vergonha quando estamos falando com alguém que gostamos, ou que sabemos que gosta da gente...
- Fiquei com vergonha quando te vi.
- Por quê? O que te fiz?- Pensei que ele já tinha descoberto que eu já sabia da quedinha dele por mim.
- Vocês estão tão arrumados, bonitos, e eu aqui!
- Quê isso, você estar super bem, e de vez em quando temos que mudar um pouco não é?  Ficar bonito! – Falei sorrindo meio sem graça.
- Não, eu quis dizer que estão mais arrumados que o comum com o a palavra bonito... – Ele também estava um pouco sem graça.
- Eu sei, relaxa. – Tentei deixar ele menos tenso.
De repente chegou um amigo dele, bem daqueles caras com pinta de galinha, e disse:
- Fala Marcolino, nem apresenta as amigas não é? – Cara muito cara de pau...
- Sophia, Cristiano, Cristiano Sophia, estão apresentados. – Parece que o Marcos não curtiu esta interrupção.
- Muito prazer gata.
- Valeu. ( Eu não sabia quem estava mais sem graça, se era eu ou o Marcos).
Acho que a Duda sentiu o cheiro do meu constrangimento e me chamou naquele momento.
- Licença aqui gente. – Fiquei aliviada por sair daquela situação.
- Nossa, adivinhou que eu estava louca para sair dali? – A Duda sorriu como se me conhecesse a mil anos e disse:
- É, tenho bola de cristal.
- E trouxe a festa? – Continuei a piadinha.
- Foi necessário, a exemplo dessa situação. – Rimos juntas...
Como um flash o Roni apareceu e nos puxou para dançar uma música que ele amava, de um filme antigo, mas na versão de Black Eyed Peas, chamada The Time. Logo começamos a dançar, dando gargalhadas.
Quando a música acabou eu voltei a consciência de onde estava e quando me virei ajeitando o cabelo como sempre, me deparei com o olhar do Enzo, meio diferente, uma expressão de dúvida e de interesse ao mesmo tempo. Apenas consegui sustentar aquele olhar por 3 segundos e pareceu uma eternidade, eu tinha que ir ao banheiro.
Ao mesmo tempo que eu me preocupava em fugir logo para respirar, sem pressão, eu me preocupava com o quanto isso demonstrava a minha covardia, só foi um olhar diferente do comum, eu nem tinha certeza de nada... Enfim, cheguei no banheiro, me tranquei lá por alguns minutos, respirei, pensei e me repeti “não significou nada” várias vezes, após isto, sair do banheiro e me bati com o Marcos.
- Eu estava lhe procurando.
- Fiz falta? – Não vou negar que fiquei feliz por alguém estar sentindo minha falta, me procurando, era novo para mim.
- Fez falta sim, não é sempre que eu tenho a oportunidade de me aproximar, na verdade é a primeira vez, eu pensei em ficar quieto, só conversar contigo se você puxasse assunto, mas ao mesmo tempo pensei que esta poderia ser uma rara chance sabe, oportunidade de encontrar você assim... Vem comigo.
As palavras dele não me deram muitas alternativas, eu realmente não saberia como recusar esse convite, então fui com ele. Fomos para a outra parte da festa, eu não tinha visto ainda lá tinha um karaokê, duas garotas estavam cantando a música do seu lado de Jota Quest, eu estava até curtindo.
- Vamos ser os próximos? – Será que ele estava falando sério? Eu pirei.
- Está louco? Eu não sei cantar e mesmo se soubesse teria a maior vergonha. – Fui totalmente sincera.
- Por favor Sophia, você está linda e além do mais estaremos juntos, quero que você faça algo diferente, que seja surreal e que lembre de mim todas as vezes que recordar disto.
Quando notei as meninas já tinham acabado de cantar, o apresentador estava perguntando quem seriam os próximos e o Marcos acenou, pegou na minha mão e me puxou em direção ao palco, eu fiquei vermelha da cor do meu vestido, era uma mistura de nervosismo, vergonha e raiva, sim, raiva dele por estar me arrastando ao maior mico da minha vida.
Quando chegamos ao palco ele escolheu a música garganta de Ana Carolina, me deu um dos microfones, chegou ao meu ouvido e sussurrou:
- Cante naturalmente, tente passar as pessoas que você estar tranquila, á vontade, mico só é mico se perceberem que você está constrangida, se estiver bem, ninguém te dirá o contrário.
Eu estava brava, aos poucos fui levantando o meu olhar que anteriormente estava voltado para o chão e cinco segundos foi o tempo que tive até a música começar, mas eu tinha conhecimento que por mais chateada que eu estivesse, as suas ultimas palavras eram consideráveis e que eu teria que ser muito atriz para fingir estar tranquila neste palco.
Então a música começou, e que música, mesmo muito chateada devo admitir que ele acertou em cheio. Depois que eu já estava de cabeça erguida, fixei o meu olhar nele, a única pessoa que me transmitia confiança naquele momento, por incrível que pareça.
Tentando não desmaiar, levantei o microfone e comecei a cantar nesse trecho da música “Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso,tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar”
Não posso negar, a música e o olhar dele me deixou distraída, me deixou á vontade, e quando percebi a galera já  estava batendo palmas, curtindo a música, ali não tinha ninguém da escola onde eu estudava e isso era uma sorte e tanta. Quando a música acabou nos aplaudiram, acho que mais pela música que pela nossa voz não tão boa, digamos que não passamos vergonha, mas também não fomos excelentes. Ao descermos do palco um casal já estava subindo e ninguém ficou reparando na gente, me senti aliviada por isso.
- Eu vou lhe matar – Fui sincera, foi um susto e tanto.
- Não gostou?
- Gostei, mas não da forma como me puxou e além do mais poderíamos ser vaiados.
- Você se preocupa muito com os outros e acaba se limitando bastante por isto.
Fiquei calada por alguns instantes, não havia argumento, ele estava certo e nem precisou de muito tempo comigo para perceber isto.
- É, digamos que ás vezes eu exagero, eu gostei, foi muito louco, mas nunca mais me assuste dessa forma.
- Se não fosse assim você não toparia.
Dei uma gargalhada, ele também, pois nós dois sabíamos que ele estava certo.
Estávamos nos entendendo quando o Enzo nos interrompeu:
- Cara, preciso roubar esta mocinha, minha mãe faz questão de um álbum com todos os amigos e só falta você Soh. – Não entendi porquê ele me chamou de Soh, pareceu que ele queria mostrar ao Marcos uma intimidade que não tínhamos realmente, mas logo tirei da cabeça, não valia a pena ficar me consumindo com isso.
- Ah fotos, odeio, mas irei tirar, por minha tia, deixo bem claro.
- Depois nos falamos então. – Disse o Marcos.
Enquanto eu o acompanhava o Enzo perguntou:
- Tá rolando alguma coisa entre vocês? – Fiquei intrigada com a pergunta.
- Vocês quem?
- Você e o Marcos.
- Não... Ainda estamos nos conhecendo.
- E tem alguma chance de rolar?
- Ele é um cara muito legal.
Era a única coisa que eu poderia dizer naquele momento.
Quando chegamos onde o fotografo estava tiramos três fotos, com pouses diferentes. A  primeira estávamos lado a lado, com a mão um no ombro do outro, a segunda foto, nós dois fazendo careta e a terceira... Foi estranho.
- E agora? Como será a foto?
- Que tal eu lhe dando um beijo na testa? – Achei muito estranho.
- É, como eu te conheço a muito tempo, desde pirralha, acho que devo lhe proteger, sei lá, agora vendo você assim...
- Assim como?
- Como uma mulher, me dei conta que mais do que nunca devo lhe proteger. –  Logo me dei conta que minha missão de fazê-lo me ver como mulher tinha sido cumprida com sucesso.
- Então vamos tirar logo essa foto.
- Vamos.
Concordei em tirar a foto da maneira que ele sugeriu apesar de estar surpresa com o comentário dele me proteger, cada dia o Enzo me trazia uma coisa, parecia até de propósito, só para me deixar confusa, mais confusa.
Tiramos a foto e aproveitei para me despedi, já era tarde.
- Irei procurar Duda e Roni para irmos, já é tarde.
Eram duas da manhã.
- Por mim vocês ficariam mais.
Eu dei um sorriso meio sem graça, dei um beijo na bochecha dele e disse:
- Mais uma vez feliz aniversário, se cuida.
Assim me despedi e fui procurar Roni e Duda, para a minha sorte eles também estavam me procurando, nos encontramos rápido.
- Ô Badalada, custou te encontrar hein?! – Disse o Roni.
- Badalada? – Sorri, só poderia ser piada.
- Gente, eu estou morrendo de sono e cansada, vamos? – Falou a Duda já desanimada de tão exausta.
- Também, só dava você na pista de dança. – Tive que largar essa, o Roni adorou e deu uma gargalhada.
- Pode ir rindo Roni, mas ao menos eu só dancei, me divertir, ao contrário de você que ficou com a filha da madrinha do aniversariante. – Não foi surpresa para mim o Roni ter ficado com alguém, mas olhamos uns pros outros e caímos na gargalhada.
- Mas as aventuras do Roni não altera que queremos de você  uma redação com o título “o que eu fiz durante a festa do Enzo” tá bom Sôsô?
Eu fiz uma careta e sorri em seguida.
- É concordo, nós queremos. – Disse o Enzo.
Eu já deveria ter acostumado, esses dois sempre brigam, mas quando se unem é para me azucrinar!
- Estar certo, amanhã no facebook conto tudo e também quero saber cada detalhe de vocês também.
Agora estávamos esperando o pai de Duda nos buscar, rindo uns dos outros, cansados e morrendo de sono. Eu não encontrei o Marcos para me despedir, mas alguma coisa me dizia que eu o veria logo.

Amar foi como um sonho conturbado, me enfeitiçou, me deixou confusa, me decepcionou, meu fez errar, me arrepender,me trouxe alegria novamente, me deixou triste... Parece que minha cabeça   fica girando, e girando, até o momento que fico tonta, perdida, mas eu quero girar mais, porque me faz perder a noção, mesmo sabendo que irei ficar tonta depois, assim amo, ciente das consequências, que posso sonhar para depois me perder. A euforia, a vontade de acreditar, o inicio, com aquela pureza no olhar, que nos dar a certeza que para sempre será, será?


Capítulo 5
Festinha interna e Inesquecível.

O dia seguinte foi entediante, é horrível quando você está esperando muito uma coisa, mas antes deve cumprir uma série de protocolos, tais como acordar cedo, ir à escola, fazer as tarefas, enfim, tudo o que tive de fazer antes do meu esperado treinamento de como me comportar sem parecer uma nerd chata.
Combinei com a Duda e o Roni de almoçarem lá em casa, pois quanto mais cedo começasse o treinamento, melhor seria, o tempo era curto, faltavam dias para esse aniversário e eu não tinha ideia de como agir.
- Tá, pra começar vamos ver apostura. Entre no quarto como se estivesse chegando na festa. - Disse Roni, decidido a me ajudar.
Fui um fracasso, normalmente eu ando olhando para o chão, meio despojada, sempre pegando no cabelo, Roni estava me ajudando muito, mas também não escondia suas críticas e nem as usava sutilmente.
-Nossa, está horrível. - Como vocês perceberam, Roni foi nada sutil.
- É, mas gostei da arrumada no cabelo, dá um charme, teu cabelo é lindo. - Disse Duda, como sempre, tentando reparar as palavras do Roni.
- Valeu Roni, eu sabia que meu jeito de andar não era de modelo, mas também não precisa acabar comigo, e a coisa do cabelo já é mania mesmo Duda, já que o vento desmancha tudo o que eu faço, eu tento deixar solto, leve, mas fico verificando se não está cheio ou despenteado.
- Cara, tenta olhar para frente. E rebola um pouco, caraca, toda mulher rebola, menos vocês, e a parada de mexer no cabelo deixa, é bonitinho, não tem jeito mesmo, é mania. -Roni deu as coordenadas.
- ok, tentarei novamente, mas a parte de rebolar esqueça, eu vou mudar, mas ainda continuará sendo eu.- Respondi decidida, rebolar é demais para mim não é?!
 Entrei olhando para frente, não olhei para o chão nem uma vez sequer, coluna reta tudo certinho.
- E aí? Perguntei aflita. - porque se assim não ficou bom, não poderia ter mais jeito, afinal fiz direitinho, cabeça erguida.
- Tá quase, o olhar, seu olhar diz, tá escrito, insegura. Olhe firme para as pessoas, olhar de decidida, de mulher. - Nunca pensei que Roni fosse tão exigente.
- e quem disse que toda mulher é decidida?- Perguntou Duda certíssima.
- Podem não ser, mas essa é a imagem que ela quer passar,não é?
- É, vou tentar melhorar. - Aceitei bem os argumentos do Roni, era mesmo isso que eu queria.
Entrei novamente.
- Perfeito - disse a Duda.
- Bem, só é treinar, que no aspecto postura você não passa mais vergonha - disse Roni.
- Gente e como ela vai cumprimentar ele quando chegar? - perguntou a Duda.
- Ahh, eu já pensei nisso, que tal “oi, eu disse que vinha não foi? Pois bem, estou aqui, afinal eu não podia perder sua festa, nem deixar de te dar um abraço, parabéns”.
- Com as palavras você é boa. Eu não tenho faço resalva.  – Disse Roni.
-É também achei muito bom, não é muito intimo, nem muito fechado. Mas você precisa falar olhando nos olhos dele, da um clima.  – Disse Duda, e eu gostei por ter acertado, afinal em alguma coisa eu tenho que ser boa.
- eu não quero ficar com ele.  – Pela vigésima vez eu repetindo essa mesma frase.
- mas quer impressionar. -Duda falou com um ar de "eu sei bem o que você quer".
- Gente, ela já comprou roupa nova, já sabe o que vai falar, como andar, falta mais alguma coisa? - Perguntou Duda.
- Falta dançar. - Aposto que Roni queria me deixar em pânico quando disse isto.
- Dançar? Enlouqueceu foi? Você sabe que eu não sei dançar. - Fiquei com medo porque se eu tivesse que dançar, ao invés de impressionar eu iria afasta-lo, aliás afastar todo mundo de mim, ninguém quer acompanhar uma garota pagando o maior mico.
- Sophia, essa vai ser a maior cartada, você nunca dançaria, você quer impressionar não quer? Então impressione, porque por mais que a roupa ajude, o jeito de andar, você deve realmente chocar, ele precisa sofrer esse choque para enxergar como mulher. - Duda sabia que eu estava com medo, mas ela também sabia como ninguém o meu objetivo em tudo isso,  e deixava bem claro em suas palavras.
- Ai meu Deus, vocês estão certos, acho que vou desistir... - Eu não quero que ninguém fique rindo de mim.
- Duda, para né véi , o Roni é assim desse jeito, e vive, e tem até gente que se sente atraída por ele, então, não desiste, sem cabimento. - Na boa, a Duda realmente queria provocar falando isto.
- Tá legal lindona, quantos namorados você já teve, e quantos caras aos teus pés você tem? - Roni nunca, mais nunca deixa barato.
- Gente, o caso é sério... - Eu estava muito aflita.
- Sério digo eu Sophia, você vai dançar, senão esquece esse papo de impressionar. - Roni foi realista.
- Acho que irei ensaiar, se eu me sentir segura lá na hora, eu danço, senão eu esqueço isso, e pronto. - Mesmo com medo, mas eu sei que deveria tentar,  ao menos procurar aprender.
Então Duda colocou uma das músicas do summer eletrohits para tocar no meu pc e disse:
- O estilo de música será este, vou colocar alguns vídeos também.
- Véi, como você não sabe, e não quer escandalizar, não é muita coisa, só tira os pés do chão um pouco, mexe o corpo, sempre sorrindo, o charme é o sorriso sacou? Mostre que você está se sentindo bem ali, que está dançando porque gosta, sem preocupações, sem forçar a barra.
- Huum, saquei, mostra o vídeo Duda, vamos ver um pouco e depois eu vou tentar.
Vimos na média 7 vídeos, e eu ainda não sabia o que fazer, mas eu já gostaria de tentar, acho que seria um bom começo.
- Ahh Sophia, chega de vídeos, tenta, quero muito rir disso. - Roni queria mesmo me zuar.
- Está bem, põe a música Duda, e deixa o vídeo que ainda estou me baseando. - Eu estava ciente que iria haver zuação, mas ao menos estava entre amigos, se não for na frente deles vai ser na frente de quem?
Comecei movendo os pés, para o lado e para outro, um pouco também com os ombros, e muito tensa.
- Pera, pera, pera, menina, não é um velório ou exercito, parece que você está com medo, se solta mais, é para soltar os ombros, e os passinhos com os pés não precisam estar certinhos, é balada, ninguém está prestando atenção nos pés de ninguém, por favor né amiga. - A Duda acaba comigo com menos frequência que o Roni, mas também, quando acaba não é pouco, desta vez não foi diferente.
O Roni não se pronunciou, também né, a Duda disse tudo.
- Tá bom, mas calma , foi só a primeira tentativa. - Quase pedi penico.
Então lá fui eu tentar mais uma vez.
Basicamente fiz a mesma coisa, porém  tentei ser mais leve e despojada.
- Para a música aí, cara, até melhorou, mas falta alegria, tipo aquela parada que eu disse, gostar de estar ali. Mas acho que já sei, vamos fazer a nossa própria festa essa tarde, nos divertir de verdade e dançar, acho que isso vai te ajudar. - Disse o Roni e eu achei a ideia dele muito boa.
- Claro Roni, até que você hoje está menos pior, vou logo colocar a nossa música de infância favorita Sophia! - Duda ficou eufórica.
- Ahh não! Miley Cyrus, Party In The USA, tão de brincadeira né? - Roni estava pedindo para desmaiar!
Quando a música começou a tocar, não resisti, peguei o meu perfume, como um suposto microfone e pronto, fala sério, a quanto tempo eu não escutava esta música? A Duda fez o mesmo, e o Roni... Bom o Roni primeiro ficou olhando, nos chamando de retardadas, mas depois começou a fazer palhaçada também, não pensei que tão pouco poderia me divertir tanto. Daí só andou para pior, sabe todas aquelas coisas que a gente ouvia na infância? Tipo Rouge, Sandy e Junior, Floribella, RBD... Caramba, até RBD nós fomos hoje, eu era a Mia, a Duda a Roberta e o Roni o Geovani, se bem que ele não queria ser o Geovani, mas preferiu, porque ninguém queria ser par romântico. Enfim, foi uma das melhores tardes da minha vida!
- Sophia, você reparou que você dançou? - É verdade, só que eu nem estava pensando mais no treinamento.
- É, foi meio ridículo, mas, é só se controlar um pouco que tá perfeito, e você estava se divertindo, sorrindo, se ligou? Esse é o principal. - Fiquei mais aliviada, e finalmente eu entendi o que eu realmente deveria fazer, me divertir oras!
- Entendi gente... Depois vou experimentar dançar mais, só que me controlando né! - Eu ainda estava cansada e rindo, foi muito bom!
Agora só me restava ensaiar mais, preparar meu psicológico para perder um pouco a timidez e me jogar, o frio na barriga já estava batendo, não faltam muitos dias para a festa, como será que irei me sair?



Ó, minha menina bonitinha, eu te dei
Todo o meu carinho, meu aninho, eu te dei
Verdes campos, flores, amarelos, furta-cor
Dei a primavera, os sete mares, meu amor
Lágrimas sofridas e feridas do meu peito
Dei minha palavra, minha honra, meu respeito
Todas as verdades e olhares que podia
É com qual coragem que você me repudia
Ó, minha menina bonitinha, eu te dei
Vida de princesa, realeza, eu te dei
No meu ombro afago preocupado de um amigo
Jóia, casa, carro, seu sapato, seu vestido
Pra você princesa, dediquei a minha vida
Levo desse amor, o seu rancor e uma ferida
Apesar de tudo, minha linda, não te odeio
Mas sem tua boca inclino a morte sem receio
Dei pra ti as estrelas, os peixinhos e as aves
Todas as montanhas, nas escalas, dei as claves
Todas as cancões que eu fiz, eu fiz pra ti princesa
Tudo de mais belo que encontrei na natureza

Olá galera, sim, eu sei que estou sem postar metamorfose a mais de uma semana. Peço desculpas mais uma vez, e blábláblá, vocês já sabem que eu tenho que estudar também kkkkk' Mas a novidade é que eu tô voltando com as imagens com frases, para quem já estava com saudade, esta é apenas a primeira viu?! Agradeço a todos pela compreensão, vocês são demais ;*

 Há momentos em que caímos num abismo de decepções,

 tudo em que acreditamos fielmente, parece ser derrubado,
pessoas a quem dedicamos nossa vida, nossos pensamentos,
essas pessoas nem sempre nos amam, e quando amam, podem deixar de amar.
Mas, no ápice, quem pensa nisso?
quem no começo de uma paixão, pensa que pode se entregar de uma maneira sem volta?
Sim meus caros, sem volta, porque nada vai apagar uma desilusão, o tempo pode distanciar,
mas você nunca vai esquecer totalmente, você levará estas cicatrizes para o resto da vida.
Mas o que devemos fazer? Não nos apaixonar?
Claro que não, afinal é tão bom amar,
dizem que amor e moderação não andam juntos,
quando há amor, há paixão, e a paixão é estravagante. Pois é, esse é o desafio.
Amar de olhos abertos, não deixar de ser você, porque dói você mudar por alguém,
e dói mais ainda esse alguém não valorizar isso. 
Devemos entender que um amor é mais uma forma de compactuar com a nossa felicidade,
deve nos trazer momentos bons, coisas boas, mas que devemos estar satisfeitos com nós mesmos, com nossa vida, nossas atitudes, assim, se algo der errado no campo sentimental, levantaremos a cabeça e daremos a volta por cima.



Capítulo 4

Fomos as compras


Era sábado, combinei com a Duda de ir comprar uma roupa bacana, o Roni também viria conosco pra variar, mas desta vez ele seria útil, porque me ajudaria na escolha de uma roupa mais ousada. Não vulgar, ousada.
Encontramos-nos no ponto de ônibus. Quando cheguei no ponto a Duda já estava lá, cabelo castanho claro escorrido,  olhos pretos graúdos, cílios grandes, blusa de alça, saia rosa e brinco dourado, essas características eram totalmente familiares, era a Duda.
- Me atrasei? – Perguntei, até porque eu sair de casa no horário certo, não vi como eu poderia ter me atrasado.
-Não, eu é que costumo chegar sempre 5 minutos antes, caso haja algum imprevisto.
Eu dei uma gargalhada e disse:
- E se por acaso houver um imprevisto você irá resolver em 5 minutos?!
   Você é pirada!
Ela ficou rindo comigo de suas manias loucas, até que nos demos conta de que o Roni estava atrasado.
- Afz, depois não quer que a gente o deixe de fora!
Disse Duda já impaciente.
- Olha ele vindo ali, e o ônibus!
A gente não podia perder esse ônibus, o próximo iria demorar bastante.
- Corre Roni, o ônibus!
Então, nosso ônibus parou, e ele veio correndo feito um louco, não preço que pague essa cena, foi o mico perfeito pelo atraso.
Finalmente conseguimos os três, entrar no ônibus, a viajem também foi tranquila, compramos chicletes, balas, amendoim torrado, enfim, tudo o que o Roni via, o olho grande queria comprar.
Enfim chegamos.
- Para onde vamos primeiro? Compramos a roupa ou lanchamos? - Disse a Duda.
- Compramos, afinal foi tanto doce no caminho... – Dei a resposta.
- Eu preferia lanchar... – Roni falou, achando que nós iríamos levar a opinião dele em conta, o que não poderia acontecer porque ele é um guloso.
O shopping era grande, fomos olhando de loja em loja, experimentei roupa de três lojas diferentes, mas não gostei. Mesmo eu querendo mudar, ficar mais ousada, eu não poderia perder a minha essência por ninguém, deve ser um look que eu curta também, que eu me sinta bem. Mas finalmente achamos uma loja que era super minha cara. Escolhi 3 vestidos (sim, eu sou louca por vestidos e salto alto) e fui experimentar.
Fui experimentando enquanto Roni, Duda, e a vendedora palpitavam, tudo normal, até que a tal vendedora disse:
- Eu queria ter um amigo assim, disposto a até me ajudar a escolher roupa...
A moça falou olhando para o Roni, deu vontade de rir, mas me segurei, pena que a Duda não. Parecia que a coitada estava achando o Roni super cavalheiro e interessante, coitada.
E ele? Ele estava adorando, quanto mais ela elogiava, mais ele era atencioso conosco, disse até que pagaria o nosso lanche. Eu estava louca para sair daquele lugar e poder tirar um sarro da cara dele.
- Pronto, escolhi este.
- Ótima escolha. - Disse a vendedora, mas convenhamos que qualquer outra escolha que eu fizesse, ela diria a mesma coisa.
- Eu preferia aquele rosa. – Falou Duda, que escolhe tudo sempre rosa, laranja, amarelo, cores pra cima demais pro meu gosto.
- Nada, vermelho ficou perfeito. – Disse o Roni.
Eu estava mais para escolher o preto, era mais a minha cara, mas eles falaram que é básico demais, então optei pelo vermelho, que era melhor que rosa.
Enquanto eu pagava, acompanhada pela Duda, observava o Roni flertando com a vendedora, cutuquei a Duda, ela também ficou abismada olhando com atenção.
Quando terminamos, eles se despediram.
- Tchau, então depois a gente se fala. – Disse o Roni parecendo gente.
- Tá certo, thau meninas e voltem viu! – Disse ela empolgada.
Ao sairmos, tive que comentar...
- Estou tão orgulhosa, alguém finalmente tá na sua Roni! – Não dava para perder a oportunidade de zuar.
- A gente deveria publicar este fato no jornal da escola, isso é um verdadeiro milagre! – Duda era sempre pior do que eu na hora dos comentários.
- Ahh claro... Ela tá na minha, parece uma garota legal, gostei daquela boca, é um ano mais velha, mas não tem problema, vamos ver se rola, se não rolar, de boa, vocês sabem que eu pego, mas não me apego.
 Por isso que Deus não dá asa a cobra, ele já estava se achando porque uma garota estava afim dele.
- Cuidado que você pode se apaixonar, fique brincando com essa de pego, mas não me apego, isso nem sempre funciona. – Alertei ao metido.
Enfim eu tinha comprado a minha roupa, era um vestido lindo, vermelho, nem muito colado, nem curto,mas me deixava bonita, e o principal, era super diferente do que eu costumava usar, agora só falta eu aprender a me comportar como uma garota decidida, meus amigos novamente irão me ajudar, amanhã depois da escola, minhas aulas de sedução irão começar, vai ser louco, eu sei, quando os professores em questão são a Duda e o Roni sempre é louco, mas eu estou preparada para correr o risco.