"Vou digerindo a agonia e tudo passa no final
Me interessa a companhia, paz e o cartão postal..."











Perdida

- Que surpresa! - Ele parecia curioso, porém feliz ao me ver.
- Exagero, sou vizinha daqui. - desconversei, como se não tivesse importância a minha presença ali.
- Como se você saísse da toca. - Ele riu com os olhos fixos em mim.
- Recebi uma carona do seu primo vindo da biblioteca e ficamos de papo. - Falei de forma descontraída, eu não queria que ele percebesse meu desconforto. Depois eu poderia até contar, se quisesse, mas ainda estava tudo muito confuso, foi muito instantâneo.
- Ah... Hoje eu vou dormir aqui, amanhã tem futebol cedo e aqui fica mais perto pra mim.
- Que coragem ! Boa sorte amanhã.
Quando eu estava saindo lembrei que ele ainda não tinha ideia da viagem, nem de nada, eu o devia uma conversa franca, dei meia volta e o convidei pra sair.
- Preciso conversar com você, já que você está aqui pode ser hoje a noite?
- Alguma coisa muito séria? - Senti uma ruguinha de preocupação nele.
- Não, coisas minhas que quero compartilhar com você, relaxe. - Tentei tranquilizá-lo.
- Que honra! Quer ir no cinema? A gente pode conversar, depois assistir um filme... - Ele não perdia uma oportunidade e isso de certa forma me lançava pra ele. É sempre muito bom ver alguém fazendo imensa questão de nossa companhia, engrandece o ego.
- Ótima ideia! Agora vou indo. - Essa foi a hora que Enzo apareceu e eu aproveitando a situação me despedi com um beijo no rosto de Marcos.
Ao chegar em casa, fui tomar um banho, pensar em tudo o que eu tinha feito, estava fazendo e iria fazer. Mas algo estava mais que decidido, a viagem, apesar de estar em tantos conflitos comigo mesma, com meu coração, nada melhor que sair do script, respirar outros ares e tentar me livrar dessa angústia.
Me enrolei numa toalha, peguei meu caderno de anotações e fiz esse poema:

Deriva

As coisas fluem como água,
Não me permitem a segurança,
Me deixam agoniada,
Sem a esperança,
De que um dia eu possa segura-las,
Que um dia eu possa acordar,
Sabendo realmente o que esperar,
Desses meus dias.

Me vejo perdida,
Por vezes dolorida,
mexida, ferida,
Não sei explicar,
Não consigo decifrar,
Meu corpo insiste em lembrar,
Em animar, em reviver,
Parece que vou enlouquecer.

Entre o certo e o errado,
Difícil é permanecer centrado,
Complicado definir,
O que pode, e como não se deve agir,
O que nos faz bem,
para futuramente machucar,
E o que nos dói hoje,
Mas que é sacrifício para um bem que me fará.

Não é fácil,
Administrar o corpo e a mente,
Não é fácil,
Trocar o arrepio porque não é conveniente,
Não é fácil,
Dizer não ao coração,
Estou a deriva,
Não sei dizer não pra emoção.

Um dia uma flor me contou que sensibilidade só alguns tem.
Quantos não retiram suas pétalas para jogarem ao léu?
Ela estava revoltada!
Dizia que contemplar sua beleza seria tão mais humano, sentir a maciez de cada pétala, o perfume...

Ah florzinha ! Não fica assim, uma hora aparece quem contemple seu jardim. - Falei pra ela.
Ela se tranquilizou, já não tinha mais o que fazer,
Pobre florzinha... Seu nome é emoção e seu endereço dizem que fica num tal bairro, chamado coração.

<3<3 - Essa vai pra quem tava com saudade dessas besteiras que escrevo e nunca posto, bjoos.

Saindo do Casulo.

Era o que eu sempre esperei que estava acontecendo, como eu poderia ser covarde e recuar? Por que eu faria isso?
Ligeiramente me fiz essas perguntas e em seguida entrei com ele, que me tomou pela cintura e começou a beijar meu pescoço como se percorresse um caminho com seus lábios, o caminho do céu, do prazer que eu sentia ao me arrepiar.
- Quer uma água, um suco? - Ele sessou os beijos e foi educado.
- Não. - E retornei a beija-lo, como se dissesse, " agora só quero você. "
Ele entendeu, fomos cegos pro quarto, um pelo outro. Ali fiquei tensa, mesmo morrendo de vontade.
Será que ele não percebeu que eu era virgem? Será que isso vai quebrar o clima ? Que ele vai me achar criança demais? Deu nó, parei tudo e fui sincera:
- Pera, eu sou virgem.
- sério?
- Sério, por quê?
- Nada, se você quiser a gente para, ou fica só nisso.
- E se eu quiser ir além?
- A gente vai.- Quando ele falou isso meu coração acelerou, olhei dentro dos olhos dele, consentindo tudo, tirei a blusa e fiquei de sutiã.
Aos poucos fui relaxando, com as carícias, os beijos, o contato. Me vi perdida, entregue apenas a aquele momento, como se não existisse mais nada, nem o antes, nem o depois.
Tiramos toda a roupa, cravei minhas unhas nos braços dele como se descontasse a dor que eu estava sentindo. Mas que estranho, eu não queria que acabasse...
Ele sussurrava coisas em meu ouvido que me transformavam , eu esquecia dor, virgindade, viagem e tudo mais.
A dor foi sendo esquecida, ficando apenas uma sensação nova, acho que chamam isso de prazer.
Ficamos agarrados,um dentro do outro por algum tempo. Até que uma sensação de satisfação completa nos tomou e paramos para descansar.
Foi bem diferente do que eu imaginava, não vi estrelas, nem corações... Houve dor, suor, tensão e risos. Foi diferente, estranho, mas foi maravilhoso.
- Não sei o que dizer. - Eu estava deitada sobre o peito dele, de olhos fechados.
- Nem eu. - Ele parecia sincero.
- Posso tomar um banho? - Eu precisava sair dali e pensar sobre tudo.
- Sim, vai indo que já levo toalha.
Levantei, me cobrindo toda com o lençol e fui me arrastando para o banheiro, como se ele ainda não tivesse visto tudo.
Tomei um banho gelado, mas meus pensamentos pareciam não estar funcionando direito, não chegando a nenhuma conclusão. Só de que eu precisava pensar mais!
Quando saí do banho ele ainda estava deitado, de braços cruzados. Fixou seu olhar em mim dizendo:
- Foi muito bom pra mim.
- Foi pra mim também. - Mas e agora? Como seria daqui pra frente? Era só nisso que eu pensava.
- Não se preocupa que não falarei nada pro Marcos. - Isso me irritou muito.
- Eu não traí Marcos, não tenho nada a esconder porque não sou namorada dele. Já lhe expliquei isso várias vezes, mas acho que não adianta. - Depois de tudo o que tivemos, ele estava preocupado apenas em esconder o fato. Ou seja, pra ele eu continuava a ter algo com Marcos... Sem levar em consideração a possibilidade de termos algo eu e ele. Pra quê decepção maior?
Peguei minha bolsa, meu livro e saí sem dizer mais nada.
O que eu não esperava era que ao chegar no portão, daria de cara com o Marcos.
E agora?



Empodera, amor. Empodera...
Se torne dona de sí.
Não deixe que lhe digam o que vestir.
Empodera, pois não só tua alma é livre,
É a sua essência que te define e não um padrão dominador.
Se liberte, se defina, deixe claro o seu caminho que só você vai escolher trilhar,
Tome as rédias do destino, brilhe só ao empoderar.


Amanda Sampaio.


Liberdade forçada,
Eu ficaria amarrada,
Ficaria, curtiria,
adoraria !

Dizendo "Somos Livres"
Parece que faz pouco caso,
Dá pouca importância,
Se é feliz sozinho
Qual a minha contribuição ?

Aceito, não há escolha,
Procuro em outro alguém
Que me veja e acolha,
Que me abrace, me enlace,
Me embale, me faça esquecer...

Procuro me encontrar
E ao te olhar
Apenas passar o olho,
Sim, passar o olho,
Sem decifrar.

Pois já tentei demais,
Me importei demais,
Agora entendi,
Seremos livres,
Eu e Você.

Meu bem querer
Só não estranhe
Se eu não fizer perguntas,
Mas é que não mais me interessa
Sua falta de pressa
Pra me ver

Não ache estranho meu bem,
Saber que não tem volta,
Que meu coração fechou a porta
E você agora é só visita.






Inusitado


Depois do beijo me senti liberta, em parte meu coração estava ligado ao Enzo, mas entendi que viver outras coisas também faz bem. Saí com Marcos outras vezes e virou uma amizade colorida... As vezes ele falava em transformarmos isso em algo sério, mas eu desconversava. Qual a diferença?  Dizer, me intitular como sua namorada? Não precisamos de nenhum tipo de posse, nos queremos bem e isso basta.
O tempo foi passando, vestibular chegando e eu voltando pro Ballet!  Na verdade  me afastei apenas para descansar um pouco, pois não estava dando conta, mas fiz Ballet desde os 5 anos de idade e retornando a dançar percebi o quanto me faz bem, me faz esquecer as paranoias e dançar, apenas dançar. Percebi que a dança faz toda a diferença na minha vida e esse tempo foi necessário para que eu pudesse perceber isso, que dançando eu encontro o meu ponto de equilíbrio.
Para faculdade escolhi nutrição, pesquisei e fiz aqueles testes vocacionais que todo mundo sempre faz, optei por isso. Desejo trabalhar principalmente com crianças, mostrá-las que existem coisas melhores que fast-food, não que eu também não goste, mas por entender que não podem virar hábito, nem unica fonte de prazer na vida.
Duda e Roni  irão juntos optar por direito. Ela porque sempre sonhou e ele que de tanto a ouvir falar sobre, acabou se interessando.
Enzo me viu andando com Marcos algumas vezes, o clima foi ficando estranho, fui percebendo Enzo se afastar... Como se não quisesse ver. Mas como entender? Por tanto tempo eu quis, eu ainda quero... Nossos olhos não se cruzam como antes, eu já não espero nada e ele não me olha mais como uma irmã, amiga de infância, ele apenas acena rápido, abaixa o olhar e desvia do meu caminho. Mas antes de abaixar o olhar, num rápido intervalo de tempo, seus olhos se expressam.. Me perguntam o que estou fazendo e porque não declaro tudo o que sinto.
Então meu olhar se desvia também respondendo... Desculpe Enzo, mas eu já tentei demais lhe dizer.
Estou confusa, faltam apenas três meses para o vestibular e um congresso de dança muito importante se aproxima, a professora de ballet vai levar nossa turma, é uma oportunidade única mas... O vestibular!
Sei que estou me preparando a algum tempo, mas minha mãe tem receio de que eu me disperse completamente, acho que também tenho.
Aliás, o medo de enfrentar a consequência de minhas escolhas é sempre meu pior problema.
- Alô, Duda. Preciso conversar... Posso ir até aí?
- Claro, algo grave?
- Não, acho que me decidi sobre a questão do congresso.
- Vem logo, vou fazer chocolate. Ah, e Roni tá jogando futebol com a galera, vou nem ligar.
- Certo, chego aí depois do ballet.
Me arrumei, prendi o cabelo e fui dançar. Mais uma vez saí grata da aula de dança por me permitir pensar livre, em meio aos movimentos.
Quando terminei de me trocar, a professora veio até mim...
- Sophia, você tem dois dias para decidir sobre sua ida ao congresso.
- É, eu sei Liza, até já tenho uma resposta. - A responsabilidade caía sobre meus ombros..
- Espero que me dê uma boa notícia, você é uma das melhores aqui, dança com a alma. Não desperdice essa oportunidade, agarre.
Ela apenas disse e se retirou, eu digeri tudo e segui rumo a casa de Duda.
- E aí, conta, decidiu o que?
- Eu vou.
- Finalmente! E o vestibular?
- Um mês passa rápido e eu estudei ao longo desse ano, quando voltar ainda terei dois meses, dou um bom gás e acho que não me prejudico. Você acha o que?
- Claro que acho que você deve ir. Só te vejo completamente bem quando está dançando. Nem a platéia lhe mete medo! - Duda falava com tanto orgulho de mim que me comovia.
- Ah, claro que dá medo! Só que eu me concentro tanto nos movimentos que esqueço a presença de tanta gente olhando.
- Podemos fazer uma despedida?
- Menina, não vou me casar , nem mudar, é apenas um mês fora e depois tudo volta a ser como antes.
- Eu sei, mas acho despedidas bonitas...
- Falar em coisa bonita...Cadê o novato? - Ela ficava sem graça...
- Lá vem...A gente conversa por whats, mas tem muitas garotas afim dele, tô procurando não criar expectativas, minhas chances são poucas. Só que de qualquer jeito, ele vai estar na sua despedida. - Ela pode ser pessimista, mas é esperta.
- Sendo assim, teremos festinha! Agora preciso ir, contar para minha mãe, ligar pro meu pai, Roni, Marcos... Muita coisa a se fazer.
- Tchau, vê se não desiste.
Sim, eu já tenho uma decisão e uma festa de despedida! É inacreditável que eu insisto em enrolar com as coisas, mas elas sempre tendem a acontecer na velocidade da luz para mim.
Antes de ir pra casa lembrei de passar na livraria. Se vou viajar posso ao menos escolher um romance, literatura para ler, estão sempre caindo nos vestibulares.
Logo escolhi meu livro entre tantos que me seduziam naquelas estantes. Quando venho a este lugar, me dou conta do quanto ainda tenho a conhecer e de que nunca vou conhecer tudo. Mas o que eu não esperava seria encontrar o Enzo sentado numa das mesas, com um livro na mão e já me observando.
Se bem que não é tão improvável vê-lo estudando, ele estava tentando medicina pela segunda e ultima vez, se não passar, fará farmácia .
Fui até ele sorrindo e disse:
- Estudando!
- Não que eu goste... Como você. Mas, você vai agora?
- É, só vim levar este aqui.
- O cortiço, já li. Te dou uma carona, tô com o carro do meu pai.
- Também já li, irei reler. Mas não precisa, continue estudando. - Eu não queria atrapalhar.
- Ah, sério Sôsô? Só porque não me chamo Marcos não aceita a carona? - Senti a provocação e funcionou.
- Palhaço, então vamos.
Rimos e saímos da livraria.
Ao entrarmos no carro fiquei tensa, o silêncio reinava, até que falei:
- Vou passar um mês fora do estado.
- Sério? - Ele parecia realmente surpreso.
- Sim, um congresso de dança no Sul.
- Marcos que me perdoe, mas você fica linda dançando. - Ele falou sem dirigir o olhar a mim, olhando para frente e dirigindo.
- Eu não sou namorada de Marcos. - Falei virada na direção dele e depois direcionei meu olhar pra janela.
Então ele respondeu, meio desaforado.
- Agem como se fosse.
- Você está com ciúme? - Não exitei em dizer, já me silenciei com  muitas coisas e só agora venho me sentindo mais livre, menos presa dos meus próprios julgamentos. Talvez as circunstâncias me ajudaram, a omissão do Enzo, a relação com Marcos, minhas conversas com amigos, me sinto bem melhor em falar o que penso sem culpa.
- Ciúme? Nunca fui nada seu ! - As palavras dele me cortaram por dentro, apesar de ser uma verdade e de eu já ter me conformado. Mas por que ficar nessas provocações então? - Devolvi com meu silêncio em todo o restante do caminho.
Quando chegamos, tudo o que eu queria era uma breve despedida, arrumar rapidamente a minha mala e sumir.
- Valeu pela carona - Falei friamente. - Quando eu ia abrindo a porta ele me puxou pelo braço e me beijou.
Alguém entendeu isso? Eu não compreendia nada, nem o que ele fez, muito menos eu, que correspondi ao beijo mesmo chateada. Não raciocinava em meio aquele beijo, o cheiro, o calor.. Sonhei tantas vezes  com isso e agora que eu não esperava mais acontece. Parecia brincadeira, o destino querendo brincar de me deixar confusa.
Passamos um tempo nos beijando, sem dizer nada, apenas curtindo os lábios um do outro, ele beijava meu pescoço, me arrepiando, isso cada vez ficava melhor de experimentar.
Até que ele parou e disse:
- Entra comigo? Estão viajando, por isso o carro está comigo.
E agora? Era perfeito mas eu não sabia o que fazer, a que parte de mim ouvir. Só tinha certeza de que perto dele não controlo meus pensamentos, nem meu corpo. 










 Gente que lê isso aqui,

Recebo algumas cobranças por minha demora com as postagens, principalmente por quem acompanha metamorfose !
Quero pedir desculpaaaas ! Dizer que sou uma lerda mesmo para escrever, mas estou postando já o capítulo dez e prometo que vai caprichado.
Beeeeijinhos :*

Maquiagem, chapinha, depilação,
Estica daqui, dieta dali, vão ao salão,
Salto alto, roupas desconfortáveis, fazer o quê?
Mas quem lhe disse que ser mulher é se submeter?

Abre o olho parceira
Sacrifício não é felicidade,
Isso pode ser tudo,
Menos você de verdade!
Estão lhe montando inteira...

Abra o olho querida,
Isso é propaganda,
Acorda, mostra!
Quem é que manda.

Larga, deixa de ser,
O  que querem de você
Se desmonta, seja mulher
E não uma barbie da TV

Eles só fazem estas promessas
Para lhe fazer comprar,
Oferecem a perfeição,
Tentam ludibriar

Oferecem uma imagem
Que não nos correspondem,
Mas e as guerreiras,
Se escondem?

Digo que não
E que estão em luta
Aquelas que não se importam
Em não ser Amélias
E chamadas de Putas

Putas por não aceitar,
Tanta subjugação?
Se isso for ser Puta,
É o que somos meu irmão!

Chega de mascarar nossos defeitos,
Somos IMPERFEITAS
E temos esse direito!


Seu Ego, não te faz superior,
Você não manda em mim
E nem é meu Senhor.

Quando digo sim é sim,
E não é não,
Respeite a Luta feminista, 
Pois faremos a revolução!



Tua dor é a minha,
Teu choro é o meu,
Esse olhar ferido, amedrontado,
Me entristeceu.

Tudo isso aumenta minha dor,
Dor de amor,
Dor de saudade,
Medo da solidão.

Desejo de liberdade!
Por que me prende?
Se sabes..
Sabes que sou tua!

Que meu coração é seu!
Meu sorriso é seu!
E minha felicidade...
Ah... Esta, depende da sua.

Dedico esse texto a  Lucas Oliveira, Gisele de Deus, Mariana Valente, Caty Ribeiro,  Liu Bitencourt e Taynara Bitencourt.

Decidi fazer isto melhor e postar aqui, acho que vocês merecem.

Quero dizer que vocês estão sendo maravilhosos comigo, que com vocês me sinto mais forte, que são únicos e que quando Mari fica me zoando eu nem ligo u.u
Ela fica me zoando porque eu vibro a cada conquista de Luquinhas por exemplo kkkkk.. Como se fosse minha! Mesmo sendo coisa boba.
Quero dizer também a Gisele, que cada vez que você dizia ter raiva de certas coisas, pessoas, por minha causa, meu coração se alegrava, ou quando você dizia, faça isso Gabi, você merece outra coisa.. Mesmo que brincando, pensei nisso varias vezes ontem e hoje.
Mari, você se preocupa taaaanto! As vezes eu tenho medo de te dar dor de cabeça  de verdade. Você é incrível, você dizendo "você vai superar, a gente tá com você.." Não é conversa fiada. Você realmente tá, que eu sei.
Lucas, é a pessoa que me arranca os sorrisos de onde não haveria motivo pra sorrir! Eu adoro quando você vem no chat me contar algo sobre você tooodo se bulindo! Mesmo que tudo esteja uma merda, eu me animo, eu faço aqueeela festa!
Caty, quero dizer que você é insuportável em não perceber que sua irmã é lunática, romântica demais.. Pare de me dar choques de realidade, ou faça isso de uma forma mais sutil ! Porra, eu sei que é pro meu bem, que você é a irmã mais chatona e amiga do mundo, sei que sem você minha vida seria totalmente sem cor, mas tenha pena de mim!
Tay, saiba que você me oprimindo, merece um prêmio. A pessoa mais chata do mundo! E que minha sandália é magnífica u.u obrigada por me acalmar, por me dar aquela oração, por me abusar e me fazer ter crises de risos enquanto eu estava um caco por dentro, você é ótima. Se todos os opressores fossem como você, o mundo seria lindo e opressão não seria o que é.
E Liu.. Todas as vezes em que a tristeza bateu mais forte, fui em nossa foto, vi tudo o que escreveu e pensei " É, há coisas maiores que isso. " nem sei o que seria de ontem sem você e Tay.
Talvez eu não possa reclamar dos meus problemas e confusões... Afinal gastei toda a sorte que alguém poderia ter, tendo amigos como vocês.
Obrigada por tudo.

“… Às vezes, um livro enche você de um estranho fervor religioso, e você se convence de que esse mundo despedaçado só vai se tornar inteiro de novo a menos que, até que, todos os seres humanos o leiam…”
-A Culpa é das Estrelas.



Desenho de Sarah Britto


Codinome Beija-Flor


Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor


O mundo Gira. 


Depois que marcamos, fiquei pensativa... Como seria isso? Enzo e Marcos, juntos, no teatro.  E melhor, de repente eu estava me sentindo incomodada com a presença de Enzo.
 Com o Marcos eu não ensaio, não me preocupo em ser descolada, andar correto, não falar besteira.. Seria mais fácil. Mas Enzo, me puxa a uma cobrança, como se ele fosse muito bom, muito melhor que eu. 
 Pensar nestas coisas separadas dava um nó, juntas então.. 
 Quando contei, chamei, os palhaços (Duda e Roni), caíram na risada. Como já era esperado.  Que situação viu!
 Os dias se passaram e meus pensamentos continuaram em função disto. 
 Escutei alguém batendo na porta, mas era cedo, quem seria?
 - já vai! 
 - Cheguei!
 - Duda? Já? 
 - Lógico. Ou você acha que irá se arrumar sozinha? Sendo que os dois estarão lá.
 Comecei a rir, eu não estava preocupada com isso. 
 - Vou com esse vestido e uma sandália baixa. - Apontei para a roupa. - Duda fez uma cara de quem não estava entendendo nada. E ela não estava mesmo, nem eu.
 - Pirou de vez né? Esse vestido a gente vai na casa do Roni estudar, sei lá. Mas não sair com  Enzo. Imaginou quantas garotas vão estar lá, olhando pra ele, bem melhores?
 - Imaginei, mas Enzo não gosta de mim, pode ser que esteja com ciúme, porque enfim a bobona aqui, iria sair com outra pessoa, mas não porque me acha incrível, diferente, especial... Como eu sempre quis. 
 Tá decidido, irei com esse vestido, não vou ensaiar nada e acabou. Posso até pensar muito nele, me arrepender por isso, morrer de raiva quando ver meninas bem mais bonitas e arrumadas. Mas tô convencida de que nada que eu faça trará ele como eu gostaria.
- Tá bom bobona, eu nem vou com ninguém, mas vou bonita, glamourosa, vai que tenha um super gato na fila, sozinho, indo assistir a peça para distrair, aí eu estou de costas e viro então nossos olhos se cruzam, sorrimos... - Ah não, essa até eu interrompi.
- Vamos parando de sonhar, certo?
- Foi mal, mas pareceu você viajando. - Ela disse rindo bastante.
- Ha ha ha. Sonho com coisas mais possíveis que isso. Você forçou muito aí.- A gente tava no meu quarto, sem tv, som, computador... Nada ligado e estávamos rindo, nos divertindo, somente com a presença uma da outra. Acho que isso deve ser a tradução da Amizade.
- Vai se arrumar, besta. 
 Quando eu estava semi-arrumada, só faltando maquiagem, alguém bate.
- É o Roni, deixa que eu abro.
- Êaa chatonas! É aqui o ponto de partida da pegação? Onde vale até uma com dois? 
- Êaa, aqui mesmo, Uma com dois e muita gente sem nenhuma.  - Borrei a maquiagem, porque não contive minha gargalhada, com a ironia da Duda.
- Gente, os meninos irão passar aqui logo logo, vamos tentar parecer normais pelo menos?
- Por mim, tudo bem. Mas acho pedir muito da capacidade mental de Roni.
A porta bateu, roni fez cara de maluco e disse: - Chegaram... Muhahaha.
- Vou abrir. - Credo, meu estômago doeu, meu coração não batia mais, ele disparava!
Abri a porta, dei de cara com o Enzo, olhando para mim, com um sorriso de canto, aqueles lábios... Um olhar que me desconcertava. Ao lado dele, o Marcos, com um sorrisão aberto, sinceramente, poucos sorrisos eram como aquele, eu me perdia com tanta doçura.
- Vamo? - Disse o Enzo.
- Sim, estamos prontos!
-  Tá bonitona hein! Oi Duda, Roni, prontos também?
Roni cochichou em meu ouvido. - Bem mais educado esse daí.
- Estamos prontos, vambora. Disse Duda.
- Partiu, programa cultura!  Chegando lá vamos tirar uma foto para postar, tenho muitas ficantes que curtem ida ao teatro, essas paradas. - Todos rimos. Eu reclamo e fico oprimindo, mas acho a sinceridade do Roni incrível. Muita gente por muitos momentos pensam como ele, inclusive eu, mas não falamos. Além disso, o ato dele falar tudo o que pensa, sem filtros, mostra que conosco está a vontade, pra largar suas piores bobagens, acho que a tradução disso é confiança.
Fomos assistir a peça, no ônibus sentei perto da Duda, para não correr o risco de ficar entre a cadeira do Enzo e de Marcos, idiota né? Eu sei. Mas no meu lugar, nesta situação, acho que muita gente pensaria nisso.
Chegando no teatro a peça já ia começar, sentamos eu, ao meu lado o Marcos, depois Enzo, Duda e Roni.
Durante a peça, rimos muito, tinha um personagem que era a cara do Roni, um tipo engraçadinho de filho, que sempre acabava levando bronca da mãe, que parecia a Duda, e tinha uma tia toda iludida, que os lerdos diziam ser eu, enfim, valeu muito a pena.
Os meninos (Enzo e Marcos) riram muito também. O Marcos foi maravilhoso, realmente prestou atenção na peça e não tentou nada, exatamente como disse que seria.
Quando terminou fomos fazer um lanche, rimos bastante, comentando a peça e tudo mais. Eu sentia que o Enzo estava observando, pela primeira vez, prestando atenção no meu jeito, no que eu dizia, pena que foi fazer isso num momento em que eu não tinha ensaiado nada pra ele. Na verdade, pra ninguém, cansei de ensaios.
No ônibus, fui ao lado do Marcos, Duda e Roni e o Enzo sozinho.
- Gostou mesmo da peça? - Perguntou Marcos.
- Gostei, sério, não viu como eu ri? Parecendo uma louca.
- É, parecia mesmo viu. - Rimos juntos.
- Não te assustei com tanta loucura? -Perguntei, puxando saber, o que ele realmente achou de mim, dos meus amigos..
- Não, o que me assusta é uma coisa diferente... 
- O quê?
- Gostar de você, cada vez mais a medida que vou te conhecendo. Me assusta.
Dei um sorriso de canto, gostei muito de ouvir isso. Principalmente porque não forcei, porque me arrumei da forma que eu queria, porque lá havia várias garotas lindas, bem arrumadas e aquelas palavras estavam sendo ditas a mim.
O Roni e a Duda desceram em pontos diferentes. Restamos nós três no ônibus. Depois do Marcos ter me deixado sem graça, puxei novamente um assunto sobre a peça e seguimos falando nisso até o nosso ponto. 
- Chegamos. Você vai dormir na casa do Enzo? - Perguntei.
- É, eu vou.
Seguimos até nossa rua.
- Abre aí que eu vou até aqui a frente da casa de Sophia.
- Tchau Enzo. - Ele disse tchau e me deu um beijo na testa, pegando em minha mão. Fiquei sem graça e desci com o Marcos.
Quando chegamos na frente da minha casa, eu não sabia o que fazer e pela primeira vez fiquei nervosa com o Marcos.
- Gostei de ter ido, gostei até da presença de todo mundo. Cara, Roni e Duda são uma comédia!
- Eu também gostei, são loucos mesmo e valeu por chamar..
- Vem aqui, chega mais perto. -  Não pensei, só fui. Me aproximei, e olhe pra ele, que me encarava, parecia estar buscando minhas reações, sondando meus pensamentos.
- Sim, diga. - Estávamos próximos, um olhando pro outro.
Nos beijamos.